terça-feira, 6 de outubro de 2009

A sujeira debaixo do tapete

O dia de ontem foi realmente um verdadeiro teste para minha capacidade de espera e paciência. Mais que isso. Serviu-me para reflexão. Abriu-me mais ainda os olhos com relação a um drama presente no dia-a-dia da maioria da população de nossas cidades, do nosso estado, do nosso país.

Como desde domingo a tarde eu não estava me sentindo bem, e os sintomas persistiram na segunda-feira, resolvi ir ao hospital para uma consulta. Tenho um plano de saúde bom, mas preferi usar os serviços do SUS, afinal, o sistema que cuida da saúde do povo deveria ser rápido e prestativo. Eu usaria meu plano se houvesse alguma necessidade de internação, pois aí as vantagens são realmente incomparáveis.

Bom. Entrei no hospital precisamente as 16h. Saí as 19h15m. Até aí tudo bem, se eu estivesse passando por uma bateria de exames, algo do tipo. Mas não. Foram três horas sentado num banco, pois naquele momento, havia somente um médico atendendo.

Mas o meu caso, nem considerei.

Triste foi ver pessoas idosas tendo que esperar atendimento. Pessoas com compromissos desistirem da consulta após duas horas de espera.

Não sei o que pensar ao ver o país em festa com a eleição do Rio de Janeiro para sediar as Olimpiadas de 2016.
Muita gente defende isso, alegando que os Jogos Olímpicos trarão inúmeros benefícios para o Brasil. Trarão sim, com certeza. Teremos um bom crescimento econômico, milhares de empregos serão gerados (mesmo que temporariamente), o turismo ficará em alta, etc...
Mas acho que temos prioridades que deveriam ser levadas mais a sério. Será que em um congresso da saúde, ou para reduzir os números da fome e da miséria, nosso presidente iria tanto empenho e entusiasmo, igual aquele visto em Copenhague ao defender a candidatura do Rio?

É. Pelo que parece, 25 bilhões não farão falta ao país do carnaval, afinal de contas, na hora em que a "visita"chega, a gente pode colocar a "sujeira" debaixo do tapete.

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