sexta-feira, 11 de junho de 2010

Entrevista com Prexeca Bangers

No dia 29/05 subiram no palco da London os fundadores da Stronda Music. Mc Fox e Mc Mãe formam a dupla Prexeca Bangers.
Muita polêmica já foi gerada pelo teor apimentado de suas letras, que costumam abordar temáticas instigantes à juventude como mulheres, sexo, noitadas, surfe e bebedeira. Consagraram gírias próprias e de sua galera pelo Brasil inteiro: “playson”, “Stronda”, “barro”, “mauriçoca”, “garóti”, o famoso lema “vivo par Mulé”, etc.
Já se apresentaram de norte a sul do país, alcançando a marca de, até então ,10 shows em um dos maiores palcos do Rio de Janeiro: o Citibank Hall. Representam a cultura de praia carioca boêmia e contemporânea.

Confira a entrevista que rolou minutos antes do show:


London: Vocês começaram a fazer letras de rap de brincadeira na escola. Quando foi que vocês viram que poderia render mais, fazendo shows, levando a coisa mais a sério?

Mc Mãe: A gente já fazia letras e músicas só por fazer, e a gente só foi vendo que poderia viver disso e tirar um sustento mesmo quando começamos a ver que a galera começou a chamar a gente pra cantar em vários lugares diferentes, pra fazer show em lugares que a gente nunca tinha ido, tipo bairros, cidades, capitais do Brasil que nunca tinhamos divulgado nada e a galera começou a chamar pra fazer show pagando um cachê significativo. Foi mais ou menos aí que começou.

London: E desse processo até chegarem no nome, como foi?

Mc Fox: O processo começou no nome, pois a primeira música que eu fiz, eu estava na faculdade e já tinha posto o nome. Meu sobrenome é Raposo, então eu já tinha posto Mc Fox, zuando antes de escrever a música. E o apelido do Mãe já é Mãe desde que a gente tinha 11 anos.Mas foi isso, uma brincadeira que foi ficando séria mais por causa dos outros, que chamavam pra fazer show e foi acontecendo naturalmente. Na primeira vez que me chamaram eu disse: "Sério mesmo? Você quer que eu vá lá cantar? Então vamos lá", e daí não parou mais.

London: São vocês mesmo que escrevem as letras ou tem algum parceiro que compõe com vocês?

Mc Fox: Volta e meia a gente brinca com alguns amigos como Dibob. Outro cara que é nossa camarada é o Digão da Raimundos, a gente não escreveu nada juntos ainda, mas de repente ele vai fazer uma participação especialíssima no nosso cd, ele é o cara. Todas as músicas que estão no cd que estamos gravando são nossas. Claro que tem parcerias, como Dibob em "Emprego Novo", Prexeca Family, que escrevem as letras junto, mas a maioria são nossas.

London: Na passagem de som vocês soltaram umas bases de Rap e logo em seguida veio o som de um pandeiro e cavaco. O som de vocês tem alguma definição de estilo?

Mc Mãe: Então, é exatamente essa parada de não definir um estilo e sim fazer a música sem pensar em estética nenhuma. A gente sempre flertou com vários estilos, ainda mais que desde criança nós curtimos músicas e bandas de outros estilos, tipo Rock, Reggae. Então a gente sempre tenta mesclar com o Rap e a batida do Rap é a que é mais presente, mas tentamos pôr o máximo de influência.

London: Já que estamos nesse assunto, que tipo de música vocês curtem?

Mc Fox: Tudo! A gente é bem eclético, desde molequinho a gente já passou por estilos diferentes e acaba que, depois de um tempo, já tem várias paradas que você se amarra e que já curtiu: Rock, Heavy Metal, Rap, Partido Alto. Tudo que é bom nós gostamos, Raul Seixas a gente gosta pra caramba, Rap gringo, alguma coisa do Rap nacional antigo. Não tem um só estilo...

London: Vocês tem alguma ligação com o pessoal do Rap nacional?

Mc Fox: Um pessoal que a gente é bem próximo é a galera do Cone Crew, que eu acho maneiro o som que eles fazem. Tem também o Leleco, que é nosso amigo mesmo.
Mc Mãe: O que eu acho maneiro de nacional é o Emicida, dessa nova safra. Cone Crew eu também acho irado e aqui no Sul eles estão representando. E das antigas também me amarro no Sabotage, Racionais, D2, Planet Hemp, O Rappa, Raimundos, essa galera que como a gente, mesclam muitos ritmos.

London: Vocês pretendem viver só da música ou ainda pensam em exercer suas formações acadêmicas?

Mc Mãe: Eu só me vejo trabalhando com música, seja com Rap ou em outros setores da música. Eu sou formado em Publicidade, o Fox em Economia, mas o que eu quero fazer desde moleque é cantar e fazer música. É uma certeza que eu tenho. A gente sabe que tem muita gente talentosa que não consegue viver só da música. Por enquanto estamos conseguindo.
Mc Fox: Acho que é meio ilusório você chegar, em qualquer idade, e dizer que vai viver disso, pois todo dia aparecem possibilidades infinitas. Tipo, um cara vê um desenho que eu fiz e diz: "Pô, 15 milhões." Eu viro pintor na hora (risos).
Claro, fazer música é algo que gosto e sempre fiz por gostar e nunca tive nenhuma pretensão de cantar para 15 mil pessoas, foi acontecendo naturalmente, um casamento de sorte com pessoas gostando do que estávamos fazendo. Independente do que eu for fazer de principal, como antes eu trabalhava em escritório, e mesmo assim fazia música por gostar, por estar amarradão e, por enquanto, esse é meu projeto principal. Estamos ralando pra gravar o cd novo com mais dois que já estão na agulha também. Tem muito trabalho maneiro pra fazer ainda.

London: O que vocês acharam da cidade e da London?

Mc Fox: Achamos irada, cidadezinha toda simpática, bonitinha. Dá pra ver a influência da colonização alemã. E também já deu pra ver que tem uma mulherada bonita, genética boa.
A London parece ser uma casa maneira pra ir e pra curtir. Já vimos que é boa e vamos ver daqui a pouco como é o clima da galera. Com certeza não tem erro, é nós!


*Entrevista realizada por Téo Zambarda